A garota de capuz
Vejo
na janela do meu quarto uma coruja. Minha mãe diz que se isso acontecer terei
sorte.
Sorrio.
Sei que ela não pode retribuir. Estou deitada em minha cama observando a linda
coruja preta.
Ela
vai embora. Me levanto, o telefone toca, atendo. Recebo a notícia que não
preciso ir para a escola. Aviso minha mãe. Ela vai para o trabalho, só irá
voltar às seis da tarde.
Tenho
um dia lindo pela frente. Me arrumo, estou trajando uma calça preta e uma blusa
bege.
Perfeito.
Sorrio me observando no espelho do meu quarto. Coloco a mão na minha cintura.
Viro-me ao ouvir a campainha tocando.
Olho
pelo olho mágico, a pessoa está de capuz preto. Abro.
—Pois
não?
Ela
está chorando.
—O
que foi?
Levei-a
para a sala. Ela senta, pego um copo d’água e entrego-a, a mão dela é muito
fina.
—Qual
é o seu nome? —Ela não tinha respondido nenhuma pergunta e nem mostrado o
rosto.
—Belly.
—Sua voz era fina e assustada.
—O
que aconteceu? —Pergunto novamente.
—O
homem...
Começa
a chorar.
—Calma.
Ela
me abraça e sinto uma dor em minhas costas.
—Isso
é por você sempre ficar me humilhando sua... —Ela me ofende muito, mas a dor
estava tanta que nem me importei.
—O
que eu te fiz? —Consegui perguntar.
—Olá
eu sou a novata, quer ser a minha amiga? —Sua voz se transformou em puro ódio.
—Isabela?
—Parabéns!
—Ironiza —agora você sabe como eu me sinto.
Ela
tira a faca, estou sem folego sinto-me ficar pálida.
Tento
me levantar, mas caio, minha visão está embaçada. Ela se agacha e enfia a faca
no meu coração.