quarta-feira, 19 de março de 2014

A garota de capuz



A garota de capuz
Vejo na janela do meu quarto uma coruja. Minha mãe diz que se isso acontecer terei sorte.
Sorrio. Sei que ela não pode retribuir. Estou deitada em minha cama observando a linda coruja preta.
Ela vai embora. Me levanto, o telefone toca, atendo. Recebo a notícia que não preciso ir para a escola. Aviso minha mãe. Ela vai para o trabalho, só irá voltar às seis da tarde.
Tenho um dia lindo pela frente. Me arrumo, estou trajando uma calça preta e uma blusa bege.
Perfeito. Sorrio me observando no espelho do meu quarto. Coloco a mão na minha cintura. Viro-me ao ouvir a campainha tocando.
Olho pelo olho mágico, a pessoa está de capuz preto. Abro.
—Pois não?
Ela está chorando.
—O que foi?
Levei-a para a sala. Ela senta, pego um copo d’água e entrego-a, a mão dela é muito fina.
—Qual é o seu nome? —Ela não tinha respondido nenhuma pergunta e nem mostrado o rosto.
—Belly. —Sua voz era fina e assustada.
—O que aconteceu? —Pergunto novamente.
—O homem...
Começa a chorar.
—Calma.
Ela me abraça e sinto uma dor em minhas costas.
—Isso é por você sempre ficar me humilhando sua... —Ela me ofende muito, mas a dor estava tanta que nem me importei.
—O que eu te fiz? —Consegui perguntar.
—Olá eu sou a novata, quer ser a minha amiga? —Sua voz se transformou em puro ódio.
—Isabela?
—Parabéns! —Ironiza —agora você sabe como eu me sinto.
Ela tira a faca, estou sem folego sinto-me ficar pálida.
Tento me levantar, mas caio, minha visão está embaçada. Ela se agacha e enfia a faca no meu coração.